Lentidão na marcação para a realização do exame foi denunciada por pacientes e familiares
O coordenador do núcleo de Proteção Coletiva da Defensoria Pública do Estado, Ricardo Antunes Melro, solicitou, nesta quarta-feira, 7, informações e providências às secretarias de saúde de Maceió e do Estado sobre a mudança no fluxo de exames de Colangiopancreatografia Retrógrada Endoscópica (CPRE), que tem gerado lentidão na realização do exame e prejudicado a saúde de pacientes.
O CPRE é um tipo de exame endoscópico avançado, realizado com anestesia geral, que permite diagnosticar e tratar patologias do sistema biliar e pancreático, tais como tumor no pâncreas, estreitamento das vias biliares etc.
“Havia um fluxo da população diretamente nos hospitais credenciados (Santa Casa) que funcionava regularmente, com uma média de 22 exames por mês. Agora estão fazendo uma média de 5 ao mês, conforme relataram alguns profissionais de saúde. De repente, mudam o fluxo e obrigam, segundo denúncias dos cidadãos, as pessoas a se internarem no HGE para marcar o exame, gerando dificuldades nos transportes de ida e volta do HGE para a Santa Casa, além da própria dificuldade de vaga no HGE. Tem gente que morreu à espera. Urge que os secretários resolvam. Antes funcionava e agora o povo está a passar por isso. Agentes do Estado colocaram a culpa no município, pois não teria assinado contratualizações e repasses financeiros. Estamos aguardando resposta do município. O fato é que os secretários dos dois entes federativos precisam resolver o mais rápido possível, ou, além de temos que ir à justiça, pediremos apuração de responsabilidades dos gestores aos demais órgãos competentes”, disse Ricardo Melro.
A Defensoria Pública deu prazo de cinco dias para os entes públicos apresentarem as medidas adotadas. Caso não haja melhorias, a instituição pretende ingressar com ação coletiva com pedido de liminar para garantir um fluxo eficiente de acesso ao procedimento.
Conforme o defensor público, nos últimos dias, 15 pacientes buscaram a instituição a fim de conseguir auxílio para realizar o exame. Informações colhidas junto às unidades de saúde apontam que o problema já acontece há dois meses e tem gerado longas filas.