A Defensoria Pública do Estado de Alagoas (DPE/AL) se reuniu com representantes da Secretaria Municipal de Saúde de Arapiraca para discutir o tratamento oferecido a crianças e adolescentes com Transtorno do Espectro Autista (TEA) no município. A reunião, ocorrida nesta quinta-feira (09), foi motivada pelo aumento no número de famílias que têm procurado a instituição em busca de terapias essenciais para o desenvolvimento dos filhos.
Entre as principais demandas relatadas pelas famílias estão a demora na fila de espera, a quantidade insuficiente de sessões e a limitação da carga horária semanal — atualmente restrita a uma sessão de 30 a 40 minutos por semana com cada especialidade. As terapias mais solicitadas incluem acompanhamento com fonoaudiólogo, psicólogo, fisioterapeuta, musicoterapeuta e terapeuta ocupacional.
Durante o encontro, foi constatado que o município dispõe do Espaço Trate, que atende atualmente 105 adolescentes com TEA, mas conta com uma fila de espera de aproximadamente 250 pessoas. Além disso, outros cinco centros de reabilitação atendem pessoas com diferentes deficiências intelectuais, todos já operando no limite da capacidade.
A Defensoria propôs o mapeamento do quantitativo de atendimentos e filas de espera para avaliar as necessidades locais e a criação de uma nova política pública que traga melhorias na rede municipal. Também foi discutida a necessidade de reorganizar o fluxo de atendimento, já que famílias de outros municípios, onde existem serviços voltados ao atendimento de pessoas com autismo, continuam buscando os serviços em Arapiraca, sobrecarregando a estrutura existente.
Após a reunião, a defensora pública do Núcleo de Saúde e Fazenda Pública, Bruna Cavalcante, encaminhou um ofício à Secretaria Municipal de Saúde, requisitando informações sobre o fluxograma de atendimento às pessoas com TEA, o número de pacientes atendidos e na fila de espera, a quantidade e capacitação dos profissionais envolvidos, além do plano de ação para ampliação e qualificação dos serviços.
“Foi constatado que existe uma fila de espera muito grande e que a quantidade de horas e serviços ofertados é insuficiente. Por isso, solicitamos diversas informações para compreender melhor o cenário e traçar os próximos passos dessa atuação conjunta. Essas crianças e adolescentes não podem esperar. Sabemos que quanto mais cedo se inicia o tratamento, maiores são as chances de desenvolvimento e autonomia”, destacou a defensora pública.